Como ocorre o mecanismo de ação da nitrofurantoína?
A nitrofurantoína é um nitrofurano considerado BACTERIOSTÁTICO usado para o tratamento de infecções do trato urinário. Ela é ativada por reduções enzimáticas (principalmente bacteriana) formando intermediários altamente reativos, possivelmente causando danos ao DNA bacteriano. Acredita-se também que ela pode interferir/inativar proteínas ribossômicas bacterianas, podendo interferir no metabolismo e síntese da parede celular bacteriana.
Como acontece a farmacocinética da nitrofurantoína?
A nitrofurantoína aprenta a seguinte farmacocinética:
ABSORÇÃO: é uma droga bem absorvida. Quando em forma macrocristalina apresenta uma lenta dissolução com absorção mais lenta, minimizando os efeitos adversos gastrointestinais. A BIODISPONIBILIDADE é aumentada com a ingestão de alimentos.
DISTRIBUIÇÃO: apresenta entre 60-90% de ligação às proteínas plasmáticas, volume de distribuição: 0,8 L/kg. Atravessa a placenta.
METABOLISMO: reduzido por flavoproteínas (proteínas que têm como cofator enzimático um derivado nucleotídico da riboflavina – Flavina adenina dinucleotídeo (FAD)) a intermediários reativos. Aproximadamente 60% do fármaco é metabolizado pelos tecidos do corpo (exceto plasma) a metabólitos inativos.
EXCREÇÃO: apresenta entre 20-60 minutos de meia-vida (prolongada em casos de disfunção renal). Cerca de 40% acontece por excreção renal com pequena quantidade por via fecal.
Quais são as doses e apresentações da nitrofurantoína?
CÁPSULAS MACROCRISTALINAS: 25mg, 50mg e 100mg.
CÁPSULAS MACROCRISTALINA MONOHIDRATADA: 100mg.
SUSPENÇÃO ORAL: 25mg/5mL.
Para que serve a nitrofurantoína?
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO: cepas sensíveis de Escherichia coli, Enterobacter spp, Staphylococcus aureus e S saprophyticus.
Comprimidos macrocristalinos: 50-100mg via oral a cada 6 horas por 7 dias ou por 3 dias após obter-se urina estéril.
Comprimidos macrocristalinos monohidratados: 100mg a cada 12 horas por 7 dias ou por 3 dias após obter-se urina estéril.
Considerações sobre o uso da nitrofurantoína
Supressão das infecções do trato urinário a longo prazo: Evitar. Risco de toxicidade pulmonar. Há alternativas mais seguras.
Uso em idosos: não é a droga de escolha. O perfil de efeitos adversos é desfavorável.
Depuração renal diminuída: CrCl < 60 mL/min há perda da eficácia por baixa concentração urinária. Deve-se monitorar a função renal. Pacientes idosos normalmente têm a uma menor função renal.
Monitorar: função hepática e possíveis reações pulmonares.
Ingerir: com alimentos ou leite.
Quais são os efeitos adversos causados pelo uso da nitrofurantoína?
Em uma frequência não definida, pode se apresentar:
- Artralgia
- Anorexia
- Dor no peito
- Calafrios
- Tosse
- Colite por Clostridium dificile
- Cianose secundária à metahemoglobinemia
- Diarreia
- Tontura
- Dispinéia
- Dermatite esfoliativa
- Fadiga
- Febre
- Flatulência
- Dor de cabeça
- Anemia hemolítica
- Hepatite
- Anemia hemolítica
- Aumento das funções hepáticas
- Prurido
- Náusea
- Dormência
- Parestesia
- Irritação da pele
- Dor de garganta
- Dor de estômago
- Descoloração da cor da urina
- Vômito
- Fraqueza
- Vasculite
Quais os cuidados ao usar nitrofurantoína?
CONTRAINDICAÇÕES
Falência renal: anúria, oligúria ou CrCl < 60mL/min.
Gestação a termo (38 a 42 semanas de gestação).
Histórico de disfunção hepática, icterícia colestática por nitrofurantoína.
Neonatos menores de 28 dias.
Hipersensibilidade
USAR COM CAUTELA
Pacientes com deficiência da enzima G6PD (risco aumentado de anemia hemolítica).
Evitar o uso a longo prazo em idosos (risco de toxicidade pulmonar).
Pacientes com disfunção renal
Descontinuar se houver parestesia ou desenvolvimento de hemólise.
Risco de hepatotoxicidade ocasional, toxicidade pulmonar.
Neuropatia periférica: risco aumentado em pacientes anêmicos, diabéticos, com deficiência em vitaminas do complexo B, desequilíbrio eletrolítico.
Reações pulmonares: reações agudas/crônicas como tosse, pneumonia intesticial, fibrose.
Uso prolongado: superinfecção bacteriana.
Referências bibliográficas
Brunton, L. L; Chabner, B. A. & Knollmann, B.C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. Ed. Artmed. 13ª Edição, 2018 (cap. 56).
Nitrofurantoína. Disponível em: <https://reference.medscape.com/drug/macrobid-macrodantin-nitrofurantoin-342567#3 >. Acesso em: 18/10/2023.
Prof. Sanderson Araújo
Editor do blog.
Farmacêutico pela Universidade Federal do Pará.
Mestre em neurociências pela Universidade Federal do Pará.
Trabalha em um Instituto de Pesquisa na amazônia há 10 anos.
Vídeoaulas no Youtube: Mente e Saúde – Fisiologia e Farmacologia.
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