Streptococcus pneumoniae é uma bactéria gram-positiva causadora da infecção pneumocócica a partir da colonização da nasofaringe. Com a invasão do sítio de infecção, os pneumococos podem alcançar o ouvido médio, através da trompa de Eustáquio (tuba auditiva), pulmões através via brônquios e até mesmo a circulação sanguínea.
Quais os fatores de virulêsncia de Streptococcus pneumoniae?
- Cápsula
- Parede celular
- Proteínas de superfície que se liga à colina
- Adesina A de superfície
- Pneumolisina
- Hialuronidase
- Neuroaminidase
- IgA protease
- Pili
Quais as doenças associadas ao Streptococcus pneumoniae?
PNEUMONIA
Infecção aguda secundária a um estado gripal. É mais frequente em crianças e idosos. Ocorre a partir da sobrevivência bacteriana aos macrófagos pulmonares. Há proliferação bacteriana com indução da resposta inflamatória. Pode ocorrer derrame pleural purulento (pequeno número) ou apenas seroso.
MENINGITE
É um dos agentes mais comuns de meningite bacteriana em crianças e adultos. Podem se instalar através de bacteremias primárias ou infecções secundárias à otites, sinusites e peneumonias. Acidentes com fraturas do crânio podem resultar em meningite. A meningite pneumocócica tem alto potencial de letalidade mesmo nos casos manejados adequadamente.
OTITE E SINUSITE
Geralmente são secundárias à infecções virais do trato respiratório que provocam intensa inflamação e obstrução dos seios paranasais e trompas de Eustáquio. A bactéria Streptococcus pneumoniae é uma das principais causas de sinusites e otites.
Como diagnosticar pacientes com Streptococcus pneumoniae?
Deve-se proceder a coleta e análise de materiais biológicos (escarro, sangue, liquor e secreções em geral) para:
- Identificação bioquímica laboratorial
- Reação em cadeia da polimerase (PCR)
- Pesquisas de antígenos capsulares por técnicas imunológicas (ELISA, citometria, etc.)
Terapêutica e controle de Streptococcus pneumoniae
A terapêutica contra Streptococcus pneumoniae pode envolver tanto vacinas como fármacos, a saber:
- Vacinas conjugadas contra antígenos capsulares (contra diversos sorotipos PCV7, PCV10, PCV13)
- Quinolonas
- Betalactâmicos (amoxicilin + clavulonato, Penicilina, cefalosporinas, carbapenêmicos, Penicilina G)
- Glicopeptídeos (Vancomicina)
- Cloranfenicol
- Rifamicinas (rifampicina)
OTITE MÉDIA: 80-90 mg/kg amoxicilina, se não houver melhora em 48-72h; usar amoxicilina + clavulonato ou uma cefalosporina de 2ª ou 3ª geração.
SINUSITE: Pacientes alérgicos à penicilina ou que não respondem à terapia, considerar a troca por quinolonas (exceto crianças).
PNEUMONIA: concentração inibitória mínima menor 2µg/mL penicilina G ou amoxicilina. Se resistente, fazer o teste de sensibilidade à antibióticos em cultura.
MENINGITE: em crianças usar betalactâmicos (associado ou não à vancomicina), se alérgicas, usar vancomicina + rifampicina. Adultos usar penicilia G ou amoxicilima como terapia de primeira escolha. Em caso de resistência, o uso de cefalosporina de 3ªgeração ou cefalosporina de 3ªgeração mais vancomicina é recomendado.
Referências bibliográficas
Loughran AJ, Orihuela CJ, Tuomanen EI. Streptococcus pneumoniae: Invasion and Inflammation. Microbiol Spectr. 2019.
Streptococcus pneumoniae. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/225811-overview>. Acesso em: 01/11/2023.
Trabulsi, L.R. & Alterthum, F. Microbioologia. Ed. Atheneu. 6ª edição, 2016 (cap. 24).
Prof. Sanderson Araújo
Editor do blog
Farmacêutico pela Universidade Federal do Pará.
Mestrado em Neurociência pela Universidade Federal do Pará.
Trabalha em um Instituto de Pesquisa na amazônia há 10 anos.
Vídeoaulas no Youtube: Mente e Saúde – Fisiologia e Farmacologia
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