Streptococcus pyogenes é uma bactéria gram-positiva, beta-hemolítica, também conhecido como estreptococos do grupo A (GAS, do inglês group A streptococci). A infecção é iniciada pelas vias aéreas por aerossóis/gotículas ou pela pele. Esta espécie é dotada de alta capacidade adaptativa ao hospedeiro, superando as defesas biológicas e provocando uma série de manifestações como:
- Orofaringite
- Piodermite
- Febre reumática
- Fascite necrosante
- Septicemia
- Erisipela
- Escarlatina
- Choque tóxico
- Glomerulonefrite
Quais são os fatores de virulência de Streptococcus pyogenes?
O quadro clínico da infecção por Streptococcus pyogenes apresenta semelhança com a infecção provocada por Staphylococcus aureus , a qual causa a síndrome do choque tóxico (TSS, do ingês Toxic shock syndrome).
Já a infecção por Streptococcus pyogenes pode provocar a chamada SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTREPTOCÓCICO (TSLS, do ingês Toxic shock like syndrome), caracterizado por:
- Hipotensão
- Choque
- Falência múltipla de órgãos
Apesar da semelhança entre manifestações clínicas entre as duas infecções, a infecção estreptocócica apresenta uma maior mortalidade, principalmente em quadros de sepse e infecções puerperais.
Quais são os fatores de virulência de Streptococcus pyogenes?
Estruturas de superfície e alguns produtos metabólicos bacteriano são características marcantes da virulência de Streptococcus pyogenes, que apresenta:
- Cápsula
- Proteína M (adesão ao hospedeiro)
- Pili
- C5a peptidase (peptidase do fator C5a do sistema complemento)
- SpyCEP (enzima que cliva citocinas inflamatórias do hospedeiro)
- SIC (proteína inibidora do sistema complemento)
- Estreptoquinase (dissolve coágulos sanguíneos)
- Desoxirribonuclease (degrada DNA)
- Hialuronidase (degrada o ácido hialurônico da matriz dérmica)
- Exotoxinas
Os fatores de virulência ajudam a explicar as características histopatológicas da infecção:
Como é feito o diagnóstico da infecção por Streptococcus pyogenes?
A partir da coleta de amostra do paciente, pode-se empregar:
- Caracterização bioquímica-laboratorial
- Exames sorológicos baseados em imunologia (ex.: ELISA)
- Testes de diagnóstico (geralmente são baseados em imunologia)
- PCR (reação em cadeia da polimerase)
- Teste de sensibilidade à fármacos
Terapêutica e controle da infecção por Streptococcus pyogenes
Até o presente momento temos:
- Penicilina como droga de 1ª linha
- Pacientes alérgicos à penicilinas, usar cefalosporinas de 1ªgeração ou macrolídeos
- Associar paracetamol ou algum anti-inflamatório não esteroidal em caso de febre
- Recomenda-se evitar o ácido acetilsalicílico em crianças
- Não se recomenda corticosteroides como terapia associada
Referências bibliográficas
Dennis L. Stevens, PhD, MD, Amy E. B. Streptococcus pyogenes: Basic Biology to Clinical Manifestations [Internet]. 2nd ed. Oklahoma City (OK): University of Oklahoma Health Sciences Center; 2022 Oct 8. Chapter 23. PMID: 36479753.
Streptococcus pyogenes. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/228936-overview>. Acesso em: 01/11/2023.
Trabulsi, L.R. & Alterthum, F. Microbioologia. Ed. Atheneu. 6ª edição, 2016 (cap. 25).
Prof. Sanderson Araújo
Editor do blog
Farmacêutico pela Universidade Federal do Pará.
Mestrado em Neurociência pela Universidade Federal do Pará.
Trabalha em um Instituto de Pesquisa na amazônia há 10 anos.
Vídeoaulas no Youtube: Mente e Saúde – Fisiologia e Farmacologia
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